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sábado, 28 de abril de 2012

Sangue





Lágrimas secas, tua força vital, onde você se espelha? Seja natural. Tua infância, tuas mágoas, a tua herança, guardada. Poderia ser, não venceu, tanto para dizer, não esqueceu. Olhos curiosos, viram demais, submersos, nada satisfaz. Sangue nos pulsos, olhar vago, soluços, nenhum legado. Tanto fez, nada pôde, tanta escassez, nada hoje. Vingança, tua escolha, nenhuma esperança, sem força. No escuro, dor íntima, fora duro, fora vítima. Deixe-me, não insista, aceite-me, desista. Cicatriz na face, feridas na alma, não reage, sinto falta. Noite obscura, lago de lágrimas, a luz ofusca, atitude drástica. Lábios trêmulos, tanto cúmulo, nenhum estímulo, nada sinto. Teu veneno, tão doce, efeito lento, sob a noite. Ao alcance, um algoz, como antes, olhar atroz. Sob trevas, erva tóxica, uma quimera, tão próxima. Alguém lhe roubou, tua inocência, nada restou, tua essência, se esgotou. Tão completo, sentia-se só, era incerto, tornou-se pó. Teu sangue, teu suor, dor incessante, lágrimas nos olhos. Tão profundo, fora o bastante, tão imundo, nenhuma chance. Logo cedo, olhar dúbio, não é medo, é repúdio. De longe, você fere, esconde-se, envelhece. Não pôde, não fora sábio, sentia nojo, julgava-se hábil. Teu artifício, eliminar, teu ofício, discriminar. Tanto soube, pouco entendeu, nada lhe trouxe, muito perdeu. Triste, tão hostil, resiste, por um fio, não desiste. Inimigo despótico, tanto insistiu, sentimento caótico, ninguém sentiu. Asas negras, peito nu, tanta frieza, você seduz. Tão solitário, eu receio, tão escravo, de si mesmo. Monstro dócil, coração vazio, como um fóssil, um dia existiu. Te espero, em meus sonhos, és belo, não és estranho. O que lhe resta? Chorar, olhar através de frestas, perscrutar. Sob sombras, insignificância, sondar, tua ânsia. Ideais ocultos, planos sujos, o submundo, teu refúgio. Perceba, eu havia dito, sob soberba, um anjo caído. Estupidez, foras perverso, sensatez, nestes versos. Tua vida, meu amante, tão ávida, teu sangue, tuas hemácias...

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